Rascunhos da Alma, dedicado à literatura poética. 

Praias da Ilha da Magia

Praias da Ilha da Magia

 

Florianópolis, conhecida como a Ilha da Magia possui, dezenas de praias, divididas por regiões: Norte, Leste e Sul, cada uma com beleza e características únicas, para todos os gostos, que vão desde praias calmas e familiares até as preferidas dos surfistas, vida noturna agitada e natureza preservada.

 

Praias do Norte da Ilha

Cacupé

 

Sua história está ligada aos povos indígenas, que deixaram o nome "Cacupé" (verde por trás do morro), e posteriormente aos colonizadores luso-brasileiros, que exploravam a região por meio da pesca, agricultura e pecuária. A palavra "Cacupé" vem do tupi-guarani e significa "verde por trás do morro" indicando, a passagem de indígenas pela área. O bairro, que era uma subdivisão de Santo Antônio de Lisboa e um centro alfandegário nos séculos XVIII e XIX. Na década de 1960, a construção do Hotel Sesc impulsionou o surgimento de comércios e moradias no bairro e  transformou-se, com a construção da rodovia SC-401 na década de 1970 e, mais tarde, com o surgimento de condomínios de alto padrão, tornando-se um bairro residencial sofisticado que preserva a tranquilidade da natureza.

Cacupé Hoje

Cacupé é hoje um bairro consolidado como residencial, que combina moradores tradicionais e novos residentes, com foco em qualidade de vida e contato com a natureza.

Gastronomia e natureza

A pesca ainda é uma atividade relevante, o que contribui para a rica gastronomia local, com restaurantes à base de frutos do mar.

 

 Santo Antônio de Lisboa

A Praia de Santo Antônio de Lisboa foi ocupada por povos primitivos, com evidências de ocupação humana ainda mais antiga que a chegada dos europeu e, a partir de 1698, por colonos luso-brasileiros e, posteriormente, por açorianos. A partir de 1748, um fluxo de casais açorianos veio para o local, consolidando o povoamento.  Oficialmente estabelecida como freguesia em 1750 e em 1756, a freguesia foi oficialmente chamada de Santo Antônio. A região se tornou um centro da cultura açoriana em Florianópolis, com um centro histórico preservado, arquitetura típica e forte influência gastronômica.

Características históricas e culturais

Arquitetura: O bairro preserva edificações históricas e casarões que demonstram a forte influência açoriana.

Igreja: A Igreja de Nossa Senhora das Necessidades foi construída entre 1750 e 1756 e é um marco da arquitetura colonial portuguesa na região, segundo o Guia Floripa.

Gastronomia: A forte presença açoriana contribuiu para o desenvolvimento da culinária local, com pratos à base de frutos do mar, sendo conhecida como um centro da ostra em Florianópolis.

 

Sambaqui

A Praia de Sambaqui, em Florianópolis, deve seu nome aos grandes montes de conchas (sambaquis) deixados por povos indígenas pré-históricos, que viveram na região há milhares de anos e são as primeiras evidências de ocupação humana. A palavra "sambaqui" vem do tupi-guarani, onde "tamba" ou "tãba" significa concha e "qui" ou "ki" significa amontoado, referindo-se a esses montículos de conchas.

A partir do século XVIII, a localidade se tornou ponto de desembarque para imigrantes açorianos e, posteriormente, um importante porto para o comércio marítimo, com a instalação de um posto alfandegário. A posição geográfica favorável, protegida de ventos fortes, levou à construção de um porto por Manoel Manso de Avelar para estimular o comércio marítimo.

Atividade Alfandegária: A importância econômica da região para o desembarque de mercadorias levou à instalação de um Posto Alfandegário e de Fiscalização do Trânsito de Embarcações em 1890, que atuava com navios que não podiam acessar o Porto de Desterro.

Atualmente, a Praia de Sambaqui é conhecida por sua tranquilidade, mantendo as raízes açorianas e sendo um vilarejo de pescadores. Sua paisagem é marcada pela arquitetura colonial e pelas festas religiosas e folclóricas.

 

Daniela

A história da Praia da Daniela em Florianópolis remonta à sua ocupação a partir da década de 1970, impulsionada pela construção da SC-401, que melhorou o acesso à região. A área era originalmente um local de pesca com manguezais, mas um empreendedor comprou e loteou os terrenos, criando o Balneário Daniela em homenagem à neta, nome que se tornou popular em mapas turísticos, embora o nome oficial seja Praia do Pontal. A urbanização foi rápida e diretamente para o estado atual, sem passar por outros estágios.

Origens e desenvolvimento

Antes da urbanização, a região era uma área pouco importante para os habitantes, frequentada por pescadores em busca de camarões, siris e berbigões, devido à abundância de manguezais.  Com a construção da SC-401 e seu asfaltamento da SC-401 na década de 1970 facilitou, o acesso ao Norte da Ilha, o que impulsionou o desenvolvimento do balneário.

Loteamento

A área foi transformada em um balneário planejado a partir de um loteamento autorizado em 1972, com ruas largas e calçadas, um processo que ocorreu diretamente do estado natural para a urbanização.

Características do bairro

A Praia da Daniela é um bairro residencial, com ruas largas e canaletas de drenagem, resultado do solo lodoso. A infraestrutura e o comércio são limitados, com mais serviços pontuais como mercados e restaurantes, e uma população residente que contribui para a economia local. Proximidade com a Praia do Forte: A Daniela faz divisa com a Praia do Forte, onde se encontra a Fortaleza de São José da Ponta Grossa, um local histórico importante para a defesa da ilha. Uma praia mais tranquila, com águas calmas, ideal para stand up paddle e caiaque.

 

Praia do Forte

A história da "Praia do Forte" refere-se a uma disputa e um processo judicial envolvendo a demolição de uma casa no norte da Ilha de Santa Catarina, na região da Praia do Forte, e a luta pela preservação do local, que tem como marcos históricos, a Fortaleza de São José da Ponta Grossa e o próprio povoado, que se desenvolveu ao seu redor. A discussão durou mais de 30 anos e culminou com a derrubada de uma construção considerada pela comunidade local como parte do patrimônio afetivo e cultural do lugar, que o órgão de patrimônio federal contestava.

Detalhes da disputa:

O Contexto Histórico: A área da Praia do Forte, onde ocorreu a disputa, tem uma história antiga, iniciada com a construção da Fortaleza de São José da Ponta Grossa em 1740, que deu origem ao povoado.

Origem da Disputa: A disputa começou nos anos 1980, quando a União autorizou pescadores a permanecerem na área, mas com a restrição de não ampliar suas moradias.

Evolução da Disputa: Com o passar do tempo, as estruturas foram modificadas, levando a novas contestações judiciais e processos de retomada da área pela União, que foram adiados pela pandemia de Covid-19.

A Demolição: Em abril de 2025, uma demolição foi realizada, marcando o fim da disputa judicial e um capítulo complexo entre a memória afetiva, o direito à moradia e a preservação do patrimônio cultural.

Impacto na Comunidade: A demolição gerou debate na comunidade local e entre órgãos de patrimônio, evidenciando as tensões entre a preservação do patrimônio histórico-cultural e a memória afetiva local.

 

 Jurerê/Jurerê Internacional

A história de Jurerê começa na antiga Praia do Forte, nome original da região devido à Fortaleza de São José da Ponta Grossa. Nos anos 1950, o loteamento Jurerê deu origem ao bairro, que em 1978 ganhou sua versão moderna, Jurerê Internacional, um projeto urbanístico de alto padrão com forte influência de Oscar Niemeyer. A praia foi dividida em Jurerê Tradicional (o bairro antigo, mais familiar e com comércio) e Jurerê Internacional (com foco em residenciais de luxo e empreendimento modernos).

Origens e Nomes

Y-Jurerê Mirim: O nome "Jurerê" deriva da língua dos carijós, significando "pequena boca d'água".

Surgimento do bairro Jurerê

Nos anos de 1950, um grupo de empresários comprou o local e iniciou um loteamento, que deu origem ao bairro, inicialmente chamado de Jurerê. A Imobiliária Jurerê foi  criada para comercializar os lotes e popularizou o nome "Jurerê" para a região.

Criação de Jurerê Internacional

Nos anos 1970/1980, a Habitasul Empreendimentos Imobiliários lançou Jurerê Internacional. O projeto urbanístico foi inspirado em Miami e contou com a colaboração do arquiteto Oscar Niemeyer.

Diferenciação

O nome "Internacional" foi adotado para diferenciar o novo empreendimento de alto padrão do bairro mais antigo, que passou a ser chamado de Jurerê Tradicional.

Desenvolvimento e Atualidade

Jurerê Tradicional - Mantém o caráter mais familiar, com casas mais simples, pousadas e um comércio local vibrante.

Jurerê Internacional - Tornou-se um balneário turístico de luxo, com casas e empreendimento modernos, e um centro de referência em lazer, cultura e sustentabilidade.

Parque Central - Foi criado como o "coração do bairro", integrando o verde nativo e oferecendo áreas para atividades e relaxamento.

Reconhecimento - A praia de Jurerê Internacional foi reconhecida como a melhor praia urbana do mundo ibero-americano em um estudo técnico-científico. Badalada, com ótima estrutura, vida noturna e faixa de areia alargada

 

Canasvieiras

A história de Canasvieiras começou com a chegada de colonizadores portugueses e açorianos no século XVIII, que inicialmente se dedicavam à agricultura e pesca. O nome da praia deriva de antigas plantações de cana ou de um antigo produtor local chamado Vieira, com o registro "Praia Cana Vieiras" datando de 1786. O bairro se desenvolveu como um balneário a partir de 1956, e com a construção da SC-401 em 1970, o turismo se consolidou, atraindo visitantes de outros países, especialmente da Argentina.

Economia e desenvolvimento

Pescadores e agricultores: Inicialmente, a economia de Canasvieiras era baseada na agricultura (como cana e cebola) e na pesca.

Modernização do turismo

A partir de 1956, com o primeiro loteamento, Canasvieiras se transformou em um importante balneário e polo turístico, atraindo muitos investimentos.

O "Paraíso dos Argentinos"

O desenvolvimento da infraestrutura e a conexão facilitada com o centro da ilha levaram ao crescimento do turismo. A partir da década de 1970, Canasvieiras se tornou um dos principais destinos para turistas argentinos, chilenos e uruguaios, ganhando a alcunha de "Praia dos Argentinos". Considerada uma das praias mais badaladas da capital.

 

Ponta de Canas

 

A Praia da Ponta das Canas era antigamente uma comunidade agrícola e pesqueira, sendo transformada em polo turístico a partir da década de 1970, impulsionada pela construção e pavimentação da rodovia SC-401 e pelo subsequente movimento imobiliário. O nome "Ponta das Canas" deriva da ponta de areia característica da praia e da presença abundante da planta cana-de-açúcar, usada pelos antigos moradores para a economia local.

Transformação e Desenvolvimento

Acesso Melhorado: Na década de 1950, a construção de uma estrada de terra iniciou o processo de melhoria do acesso.

Pavimentação da SC-401: A pavimentação da rodovia SC-401 na década de 1970 foi um marco crucial, facilitando o acesso ao norte da ilha e atraindo o turismo para a praia.

Crescimento Imobiliário: O desenvolvimento do turismo gerou um intenso movimento imobiliário, com a construção de casas para aluguel de temporada, transformando a paisagem e a economia local.

Polo Turístico: A praia se tornou um destino turístico popular, com infraestrutura completa para receber os visitantes.

Atividades Tradicionais: Apesar do turismo, muitos moradores nativos ainda mantêm as atividades tradicionais da pesca, e a cultura açoriana é uma característica forte da comunidade.

Belezas Naturais: A praia é conhecida por suas águas calmas e pela beleza natural exuberante, com a presença da Restinga de Ponta das Canas, que forma uma pequena lagoa e um ecossistema rico e tombado pelo município.

 

 Lagoinha

Sua história surgiu a partir de uma colônia de pescadores, que encontravam na região um local propício para a pesca da tainha e a criação de animais, além do cultivo de mandioca, milho e café. O nome vem da lagoa de água doce formada na sua foz, onde um rio local desagua, e que tem um visual semelhante a uma praia, por estar cercada por areias. A região se desenvolveu, tornando-se um destino turístico tranquilo, com pousadas e restaurantes, além de manter sua conexão com a pesca artesanal.

Crescimento gradual

A região começou a se desenvolver e ganhar espaço a partir das décadas de 1970 e 1980, com a chegada de mais pessoas e o aumento da busca pelas praias de Florianópolis. A praia é conhecida por suas ondas calmas e pela água em geral quente, o que a torna um local ideal para a pesca, atividades de lazer e para famílias com crianças.

A Lagoinha do Norte oferece uma boa infraestrutura turística, com estabelecimentos de hospedagem, restaurantes e um ambiente que promove o contato com a natureza.

 

Brava

A história da Praia Brava, em Florianópolis, passou de um local com acesso difícil, conhecido por sua vida noturna boêmia, à transformação em um bairro nobre e de alto padrão a partir da década de 90, impulsionada pela urbanização da Rodovia Osvaldo Reis e pelo projeto de loteamento do empresário Nilton Ramos e do arquiteto André Schmidt. O empreendimento visava criar um bairro de elite, respeitando áreas verdes e com infraestrutura privilegiada, que hoje se destaca pela beleza natural, ondas para surf e vida noturna vibrante.

Período inicial e o "reduto boêmio"

Antes dos anos 90: A Praia Brava era um local remoto e de acesso difícil, isolado por morros e com a Rodovia Osvaldo Reis sendo apenas uma estrada de terra.

Vida noturna: Essa dificuldade de acesso contribuiu para que, nas décadas de 70 e 80, a praia se tornasse um reduto para a vida noturna, atraindo principalmente homens para bares, jogos e entretenimento.

A transformação e a urbanização

Visão de empreendedorismo: Na década de 80, o empresário Nilton Ramos viu o potencial do local e, em parceria com a prefeitura, planejou um loteamento.

Projeto arquitetônico: O arquiteto André Schmidt desenhou o projeto para o bairro nobre, que seria um modelo de urbanização consciente, priorizando áreas verdes e infraestrutura.

Construção dos condomínios: A partir da década de 90, com a pavimentação da Rodovia Osvaldo Reis, o desenvolvimento da Praia Brava decolou. O primeiro condomínio, Três Américas, foi construído por empresários argentinos em 1990, seguido por outros empreendimentos.

Bairro nobre: Hoje, a Praia Brava é um bairro nobre em Florianópolis, conhecido pela sua beleza, condomínios de alto padrão e infraestrutura completa.

Atração turística: A praia atrai turistas jovens em busca de eventos e DJs, além de surfistas devido às suas ondas.

Preservação e modernidade: Apesar do crescimento, a Praia Brava conseguiu equilibrar o desenvolvimento urbano com a preservação de sua beleza natural, mantendo o charme e atraindo um público diversificado.

 

Ingleses

A Praia dos Ingleses tem esse nome devido ao naufrágio de um navio inglês entre 1683 e 1737, cujos sobreviventes se estabeleceram na região, que mais tarde se tornou um povoado agrícola e pesqueiro. Antes disso, a área era habitada por grupos pré-coloniais que deixaram sítios arqueológicos com oficinas líticas e sambaquis. O naufrágio foi descoberto em 1989, quando um mergulhador encontrou uma jarra de cerâmica. Foram encontrados objetos como uma régua com a inscrição "1683", vasos de cerâmica e instrumentos náuticos, além de ossadas de homens jovens, o que reforça a teoria do naufrágio. Os marinheiros sobreviventes se estabeleceram na praia, onde cultivavam a terra para garantir sua subsistência.

Colonização Açoriana

A região se desenvolveu com a chegada de descendentes de imigrantes açorianos, e hoje a praia é um destino turístico popular, com ampla infraestrutura e acesso a dunas para sandboard.

Engenhos

A região também abrigou engenhos para a produção de açúcar e farinha, além da criação de gado e galinhas.

Desenvolvimento Turístico

A Praia dos Ingleses se tornou um dos destinos turísticos mais populares de Florianópolis, conhecida por sua ampla infraestrutura de hotéis, restaurantes e serviços.

Atividades

A praia oferece diversas opções de lazer e atividades ao ar livre, como esportes aquáticos, frescobol e sandboard nas dunas. Atualmente, a praia é procurada tanto por quem busca lazer quanto por quem busca um local tranquilo para morar.

 

Santinho

Outra praia famosa, que também faz parte do Parque Estadual do Rio Vermelho, com natureza exuberante. A história da Praia do Santinho envolve o seu nome original, Praia das Aranhas, devido às ilhas com grande concentração de aracnídeos. A mudança de nome para Santinho ocorreu por volta da década de 1970, após a descoberta de uma rocha com uma inscrição rupestre semelhante à imagem de um santo, que se tornou um local de devoção para os pescadores. Essa pedra foi removida pelo Padre Rohr em 1944 e misteriosamente desapareceu, gerando indignação na comunidade. A região também abriga um importante sítio arqueológico com petróglifos e outros vestígios dos sambaquis, datados de cerca de 5 mil anos atrás.

O Sítio Arqueológico

A Praia do Santinho é um importante sítio arqueológico com um grande acervo de arte rupestre.  As inscrições em rochas, com milhares de anos, são patrimônio natural e paisagístico, revelando a cultura dos sambaquis, os primeiros habitantes do litoral catarinense.  O resort Costão do Santinho possui um museu arqueológico ao ar livre para preservar e expor essas inscrições, inaugurado em 1997.